Inspirações

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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Prólogo


Então, ela decidiu descansar.
Esticou-se em sua rede e vislumbrou toda a beleza da natureza a sua volta.
Fechou os olhos e sentiu toda a satisfação daquele momento mágico.
Estava repleta de todo amor e de toda harmonia, desfrutou daquele terno sentimento.
Quando abriu os olhos novamente, entendeu que estava no paraíso e isso era muito mais do que tudo que a cercava.
Percebeu que tudo estava ao seu redor e em seu coração…
Dentro dela habitava todas as maravilhas e as belezas que via fora.
Conseguiu entender que bastava existir. Que a felicidade era um estado de espírito, que não precisava de mais nada e de mais ninguém para ser e estar feliz!
Sentiu que alguém a observava e sabia muito bem quem era. Ouviu o som da sua máquina fotográfica e fingiu que não percebia, apenas por alguns instantes deixou que ele também desfrutasse daquele momento.
Levantou um pouco a cabeça e não conteve o riso.
— Pai, você não perde mesmo a mania de me fotografar “escondido”! — disse Nayla a seu pai, que permanecia em pé na varanda da casa sorrindo para ela.
— Claro que não! Adoro registrar o seu momento de descanso na rede, quando está por aqui. — respondeu Alberto, feliz por estar na presença da filha.
Eles não moravam juntos. Seus pais eram separados. Nayla morava em São Paulo com sua mãe Joana e passava as férias e feriados com seu pai na casa de campo, onde ele morava. Como era fotógrafo e tinha se especializado em fotografar pássaros, viver no campo era o ideal para ele, conseguia unir o útil ao muito agradável.
— Você já foi visitar o Thales? — perguntou Alberto, mas já sabendo a resposta.
— Ainda não! Da última vez que estive por aqui, não tivemos bons momentos. Penso que ele nem deve querer me ver. — respondeu Nayla com um misto de certeza e pesar.
Thales sempre foi um grande amigo. Após a separação, há uns oito anos, seu pai tinha se mudado para lá e foi assim que o conheceu.
Sua simpatia a cativou desde o primeiro instante. Uma beleza simples, um olhar sincero e profundo. O que mais gostava nele era o cabelo louro ondulado e os lábios bem desenhados, beijá-los era muito bom, como ela já tinha provado, mas esse beijo foi roubado na última vez que se viram e retribuído com certeza. O problema era que ele estava namorando uma moça que morava bem perto, Valquíria era o nome dela.
Nayla havia perdido essa oportunidade. Logo que se conheceram, Thales demonstrou interesse em ficar com ela, mas ela estava tão confusa ainda com a separação de seus pais, que não quis antecipar as coisas e para ela não foi amor à primeira vista.
Com o tempo ela passou a gostar muito dele e de sua amizade. Como ele pensava que ela não tinha nenhum interesse por ele, além disso, parou de investir, até que começou a namorar e agora estava noivo.
— Entendo filha! Apenas imagino que você deveria procurá-lo antes do casamento. Afinal, vocês são amigos e você será uma das damas de honra. — seu pai insistia, pois gostava muito de Thales.
— Ok! Mais tarde procuro ele para conversar. — concordou com seu pai, mesmo sem ter certeza de que realmente faria isso.
Já tinha se conformado com o fato de que havia percebido tarde demais que estava apaixonada. Estava agora em um momento mais tranquilo, após dois meses de sofrimento.
Desde que roubou um beijo de Thales e foi renegada, seu mundo desabou.
Voltou para a sua casa, após um feriado, e chorou um rio de lágrimas. Sofreu, lamentou e após dias assim, não aguentava mais.
Quando sua mãe não sabia mais o que fazer para consolá-la, percebeu que o melhor que podia fazer por si mesma, era tentar superar e seguir em frente. Começou a meditar, buscando sua paz interior e aos poucos melhorou.
Percebeu que estava superando a dor e que o melhor que podia fazer, era lembrar que devia se amar primeiro acima de tudo, era isso que estava fazendo e estava dando certo!
Foi para casa do seu pai, passar o feriado e participar do casamento de Thales. Conhecia Valquíria também e mesmo não sendo as melhores amigas do mundo, tinha sido convidada para ser dama de honra e não teve outra saída além de aceitar.
O casamento seria no dia seguinte e apesar de dizer para seu pai que iria procurar por Thales, achou melhor não ir e deixar para vê-lo na cerimônia mesmo. Queria evitar um maior constrangimento do que já teria que enfrentar.
Quer coisa pior do que ser dama de honra do seu melhor amigo e maior amor e vê-lo se casando com outra?
Apesar de tudo, já estava conformada e queria muito que ele fosse feliz!

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